domingo, 14 de março de 2010

Retiro 13/03/2010 | Vida de São Luís Maria Grignion de Montfort | Colocada pelo Irmão Guilherme Antonio Neves


VIDA DE SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT

Dia 31 de janeiro de 1671 nasceu Luís Maria Grignion de Montfort, em Montfort-la-Cane. Pertencia a pequena nobreza bretã empobrecida. Sua mãe tinha dois irmãos padres. 3 de seus filhos também serão padres: Luís Maria; José, dominicano; e Gabriel, diocesano. E 2 de suas filhas serão religiosas: Silvia, em Fontevraul;e Guiena Joana em Rambervilliers.
Com apenas 4 ou 5 anos ele já falava de Deus e aproximava-se de sua mãe quando a via aflita, para consolá-la e exortá-la a sofrer com paciência.
Chamava sua irmã, secretamente e com habilidade, de junto de suas coleguinhas, para fazê-la orar a Deus.
Afastando-se da companhia dos jovens de sua idade ou das pessoas do mundo para evitar seus divertimentos, ele se retirava em algum canto da casa para entregar-se à oração e recitar rosário diante de uma pequena imagem da Santa Virgem: prática que conservou sempre, até a idade mais avançada.
Ele nos lembra Santa Teresa de Lisieux, que recebeu de Deus um véu que a guardava dos encantos terrenos. Teve fortes pensamentos de abandonar a casa paterna e ir mendigar seu pão, até que tivesse forças suficientes para ganhar sua vida.
Luís Maria foi um aluno inteligente e estudioso. Distinguiu-se sem esforço. Orientava-se, porém inteiramente para Deus, contra a corrente de ambições deste mundo. Assíduo à oração, consagrou seus dias de folga aos pobres.
Apesar do temor de seu pai violento, ele queimou um “livro infame”, repleto de figuras obscenas, resolvido a sofrer todos os maus tratos de que o ameaçavam se seu pai chegasse a saber.
Em 1692, foi para Paris a pé, recusando um cavalo e aceitando apenas uma roupa, que trocou com um pobre: “admirável troca”, à semelhança de Cristo que assumiu a nossa vida humana para nos dar a sua vida divina.
Ao chegar em Paris foi morar num estabelecimento para estudantes pobres no fundo dos jardins do seminário. E nunca ficou no seminário Grande São Sulpício, preferindo sempre a pobreza.
São Luís cultivava mesmo a presença de Maria. Ele gostaria de ter recrutado todo mundo para a Sociedade de escravidão da Santa Virgem, então o senhor Tronson, superior de São Sulpício, achou adequado mudar na fórmula e na ata dessa associação as palavras “escravo de Maria” por estas: “escravo de Jesus em Maria”. Assim as mais severas críticas não encontrariam nada a reprovar.
No dia 5 de junho de 1700 foi ordenado padre e desejava partir para longe, em missão. Mas seu diretor espiritual, Francisco Leschassier, se opôs a isso. Partiu então para Nantes decepcionando-se com a mediocridade daquele lugar. Até que foi para Fontevrault convidado para a tomada de hábito de sua irmã Sílvia. Lá renegou o benefício da senhora de Montespan, alegando que não queria nunca transformar a divina Providência num benefício, mas aceitou sua orientação para conversar com o bispo de Poitiers.
Em Poitiers teve que esperar o bispo por 4 dias, com isso aproveitou para fazer um retiro fechado num quartinho. Diz ele: “Ousei, contudo ir ao hospital para servir os pobres. Entrei para orar a Deus numa pequena igreja; ... vendo-me de joelhos e com vestes tão conformes às deles, foram dizer aos outros e incitaram-se para abrir a bolsa e fazer-me esmola; ... Mil vezes bendisse a Deus por passar por pobre e carregar sua gloriosas insígnias, e agradeci aos meus irmãos e irmãs por sua boa vontade.”
O santo ajudou muito este hospital e aí formou o primeiro núcleo de uma comunidade religiosa feminina, a qual pregara a Sabedoria de Deus, considerada loucura entre os homens. Determinou que a insígnia fosse uma grande cruz de madeira, em que inscreveu seu próprio lema: Desejo de cruz, desprezo, dor, afronta, perseguição.
Carregando a cruz, São Luís Maria prosseguiu toda sua vida sendo renegado em quase todos os lugares pela sua singularidade profética. Todos os caminhos da França bloquearam-se para Luís Maria. Partiu para Roma com a louca esperança de encontrar luz e um mandato do papa para onde ele queria seguir: as longínquas missões do Oriente.
O papa lhe disse: “Não vá a parte alguma, e trabalhe sempre com perfeita submissão aos bispos nas dioceses para as quais for chamado. Deus, por esse meio, abençoará suas obras”. O papa abençoou e indulgenciou o crucifixo de Montfort. Ele retomou o caminho com o apoio determinado pelo sucessor de Pedro: “missionário apostólico”. Ele tinha 33 anos e restavam-lhe menos de 10 anos de vida, dos quais aproveitou para se tornar um grande missionário da França.
A missão de Pontchâteau ilustrou bem a extensão de seu êxito, mas também mostrou as contrariedades que sofreu, e sua desarmante abnegação na obediência. Montfort mobilizou uma multidão para construir uma montanha para a glória da cruz.
“O Calvário é rodeado por uma muralha de cinco pés de altura e oitenta de circunferência, sobre a qual se erguem pilares de madeira de onde pendem as contas de um gigantesco rosário. No alto da montanha, a cruz de Nosso Senhor tem cinqüenta pés de altura. Foram necessários doze pares de bois para puxá-la até o calvário. Em volta da muralha, que media quatrocentos pés, foram plantados pinheiros e ciprestes, formando um rosário, às dezenas, de tal modo que podíamos recitá-lo nas árvores, fazendo a volta do terreno”.
Mais uma vez, porém, choveram denúncias. A cidadela, com seus subterrâneos, poderia tornar-se abrigo para bandidos e rebeldes. Talvez se transformasse em um campo fortificado, facilitasse uma “conjuração contra o Estado”, ou mesmo “uma invasão inglesa”, clamavam os adversários. Os poderes públicos confiaram o caso ao bispo de Nantes. Às 4 horas da tarde, o bispo mandou dizer que estava proibida a bênção do calvário. E aqueles que tiveram tanto zelo para construí-lo foram requisitados para demoli-lo. Montfort todavia só via a vontade do Senhor: “Não estou nem satisfeito nem aborrecido. O Senhor permitiu que eu o fizesse, hoje ele permite que seja destruído. Bendito seja seu Santo Nome.”
Montfort era impetuoso, mas pacífico. Não condenava. “Aprovava” a vida “menos espinhosa” do amigo que gozava de benefícios eclesiásticos. Admitia a existência de vários caminhos. Não era intolerante, como os outros em relação a ele. Mesmo seus mestres do São Sulpício, adeptos da “vida do primeiro tipo”, não souberam compreendê-lo. Seus problemas com o clero não vieram da sua combatividade nem da sua austeridade, mas de seu radicalismo, visto como uma lição, uma crítica. O que impelia Montfort, o que o movia, era a preocupação com o futuro de Deus no limiar de um novo Mundo.
Consumindo sua vida com intensas e constantes penitências e orações, em 28 de abril de 1716, muito doente e moribundo, abençoou com suas últimas forças a multidão que aglomerara-se onde ele estava. Instantes depois, ele pareceu adormecer. Em seguida, acordou trêmulo e aflito, dizendo em alta voz: “É em vão que me ataca. Estou entre Jesus e Maria (cujas imagens segurava – o crucifixo indulgenciado pelo papa e a imagem de Maria que ele mesmo havia esculpido). Deo gratias et Mariae. Cheguei ao fim da minha estrada. Está feito. Não pecarei mais” e expirou.

O QUE NOS DIZ NOSSO AMADO FUNDADOR?
Segundo os Escritos de Monsenhor Ângelo Angioni, Volume IV, Páginas 39 e 40:
 São Luís Maria Grignion de Montfort: Traça a figura ideal do Missionário dos Últimos Tempos.
“No fim do mundo, em breve, o altíssimo e sua Santa Mãe devem suscitar grandes Santos, de uma santidade tal que sobrepujarão a maior parte dos santos, como cedros do Líbano se avantajam às pequenas árvores em redor”. (1)
Estas grandes almas, cheias de graça e de zelo, serão escolhidas em contraposição aos inimigos de Deus, a borbulhar em todos os cantos, e elas serão especialmente devotas da Santíssima Virgem, esclarecidas por uma luz, alimentadas do seu leite, conduzidas por seu braço e guardadas sob sua proteção, de tal modo que combaterão com uma das mãos e edificarão com a outra. (2)
Com a direita combaterão, derrubarão, esmagarão os hereges com suas heresias, os cismáticos com seus cismas, os idólatras com suas idolatrias e os ímpios com sua impiedades; e com a esquerda edificarão o templo do verdadeiro Salomão “e” a cidade mística de Deus, isto é, a Santíssima Virgem que os Santos Padres chamam “o Templo de Salomão” e cidade de Deus.
Por suas palavras e por seu exemplo, arrastarão todo mundo à verdadeira devoção e isto lhes há de atrair inimigos sem conta, mas também vitórias inumeráveis e glória para o único Deus. (3)

 Ensina a Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem: Baseando-se sobre sólidos Fundamentos Teológicos
Se a devoção à Santíssima Virgem nos afastasse de Jesus Cristo, seria preciso rejeitá-la como ilusão do demônio.
Deus não nos deu outro fundamento para nossa salvação, nossa perfeição e nossa glória senão Jesus Cristo. Todo edifício cuja base não assentar sobre esta pedra firme, estará construído sobre areia movediça.
Todo fiel que não está unido a ele, como um galho ao tronco da videira, cairá e secará e será por fim atirado ao fogo. Fora Dele tudo é ilusão, mentira, iniqüidade, inutilidade, morte, e danação.
Mas de tal maneira a Virgem Santíssima está transformada em Jesus Cristo pela Graça, que já não vive, já não existe; é Jesus Cristo que vive e reina nela, mais perfeitamente que em todos os anjos e Bem-aventurados. (4)

 Ensina a fórmula mais breve e racional de consagração a Deus por intermédio da Virgem Santíssima:
Entregar-se ao espírito de Maria, se faz simplesmente e num instante, por um só olhar de espírito, um pequeno movimento de vontade, ou verbalmente, dizendo, por exemplo:
“Renuncio a mim mesmo e dou-me a Vós, minha querida Mãe”.
Ainda que não sintamos nenhuma doçura sensível neste ato de união, ele não deixa de ser verdadeiro; do mesmo modo que se disséssemos, com desagrado de Deus, “dou-me ao demônio”, com a mesma sinceridade, embora o disséssemos sem mudança alguma sensível, não pertenceríamos menos verdadeiramente ao demônio. (5)

 Finalmente explica o sentido prático da mortificação cristã:
Somos, naturalmente, mais orgulhosos que os pavões, mais apegados a terra que os sapos, mais feios que os bodes, mais invejosos que as serpentes, mais glutões que os porcos, mais coléricos que os tigres, mais preguiçosos que as tartarugas, mais fracos que os caniços e mais inconstantes de que um cata-vento. (6)
Na consagração a Nossa Senhora, dizemos que estamos “renunciando a nós mesmos”: é a isso que estamos renunciando.

(1) “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” – Pág. 48
(2) Pág. 48-49
(3) Pág. 49
(4) Pág. 63-65
(5) Pág. 243-244
(6) Pág. 84-85.



Referência Bibliográfica
• Escritos de Monsenhor Angelo Angioni. O Instituto Missionário Coração Imaculado de Maria. Vol. IV, 2006
• LAURENTIN, René. Luís Maria Grignion de Montfort; tradução Mariana Ribeiro Echalar. – São Paulo:Paulinas, 2002 – (Coleção Testemunhas. Série Santos).
• GRIGNION, S. Luís Maria de Montfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Petrópolis: 34ª ed., Editora Vozes, 2005.

Cronologia da Vida de São Luís Maria Grignion de Montfort

CRONOLOGIA DA VIDA DE SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT

1671
10 de fevereiro – Casamento de João Batista Grignion e Joana Roberto, na igreja de Todos os Santos, em Rennes.

A infância
1673
31 de janeiro – Nascimento de Luís Maria Grignion de Montfort, em Montfort-la-Cane.
1º de fevereiro – Batismo na igreja de São João.
1º março – É entregue à ama Andréa, caseira de La Bachelleraie.

1675
Primavera – A família instala-se na residência de Bois-Marquer, em Iffendic.

1684
7 de maio – Batismo de Maria Luísa Trichet, co-fundadora das Filhas da Sabedoria (ano de morte de Corneille).

1685
Luís Maria entra para o Colégio dos Jesuítas, em Rennes. Termina o curso de filosofia em 1691-1692.

O seminário
1692
Dezembro – Chega a Paris; hospeda-se na pensão do senhor de La Barmondière.

1694
18 de setembro – Recebe as quatro ordens menores. Morte do senhor de La Barmondière; sua casa é fechada.
Outono – Adoece e é levado para o Hotel-Dieu. Restabelecido, é admitido na comunidade do senhor Boucher. Onde ficará apenas um ou dois meses.

1695
No início do ano, é admitido no Pequeno Seminário de São Sulpício, onde frequenta o curso de teologia até 1700.
18 de maio – Recebe o benefício da capela São Juliano de Concelles.

1697
Primeiro encontro com a senhora de Montespan, para a admissão de sua irmã Sílvia em Fontevrault, onde ela morrerá como religiosa em 1747. Ele obteve a audiência por intermédio de Dom Girard preceptor dos filhos (ilegítimos) da senhora de Montespan. Ele reencontrará Dom Girard, bispo de Poitiers, em 1701. Subdiaconato no fim de 1697 e início de 1968.

1699
Verão – Peregrinação a Nossa Senhora de Chartres.

1700
5 de junho – É ordenado padre.
24 de setembro – Cancela o benefício a capela São Juliano de Concelles.


Nantes
Outubro – Entra para a comunidade do senhor Lèvêque, em Nantes.
Novembro e dezembro – Difícil inação na comunidade do senhor Lèvêque. Ele escreve ao Pe. Leschassier, seu diretor espiritual.

1701
27 de abril – Conversa com a senhora de Montespan, em Fontevrault, e ela o recomenda a Dom Girard, bispo de Poitiers.
29 de abril – Viagem de Fontevrault para Poitiers e primeira visita ao hospital da cidade.
Setembro – Missões de Grandchamp e outras na região de Nantes.

Poitiers
20 de outubro – Chega a Poitiers, sem um só denário.
Novembro – Poucos dias depois do dia 3, Maria Luísa Trichet, futura fundadora das Irmãs da Sabedoria, se confessa com Montfort e ele diz: “Foi a Santa Virgem que a mandou”.

1702
Por volta de março – Sofre oposições, faz um retiro. Ao retornar, ele encontra o hospital devastado por uma epidemia. O ecônomo, que o perseguia, morre; oito ias depois, morre a superiora, que também se opunha a ele.
8 de março – Morre Dom Antônio Girard, bispo de Poitiers.
15 de abril – Nomeação de Dom de La Poype, sucessor de Dom Girard.
Por volta de maio – A senhora Trichet é contra as relações de sua filha com Montfort, seu confessor: “Você vai ficar louca como ele!”. Recomeça a oposição no hospital. Maria Luísa colabora.
4 de julho – Carta de Montfort ao seu diretos espiritual, Pe. Leschassier. Pouco depois, a nova superiora (“a senhora de Paris”) nomeia Montfort diretor.
Por volta de agosto – Montfort vai a Paris resolver a situação de sua irmã, Guiena Joana. Durante a sua ausência, Maria Luísa Trichet entra como noviça conversa para Châtellerault, mas logo sai.
27 de outubro – Escreve a sua irmã Guiena Joana
Fins de outubro – A senhora Trichet leva Maria Luísa de volta para a casa da família. Volta de Montfort ao hospital, para o qual “a senhora de Paris” nomeou um outro diretor.
Novembro – Funda a primeira Comunidade da Sabedoria com as mulheres pobres do hospital. A superiora é cega.
10 de dezembro – O novo bispo, Dom La Poype, chega a Poitiers.
20 de dezembro – Maria Luísa consegue entrar para o hospital “como pobre”.

1703
Janeiro – Recebe Maria Luísa no pequeno grupo de pobres inválidos da Sabedoria.
2 de fevereiro – Ele a faz tomar o hábito cinza.
Março – A administração dissolve a Comunidade da Sabedoria.
Por volta da Páscoa – Expulso do hospital, vai para Paris: para La Salpêtrière. Visita Poullart des Places.
Abril ou maio – Carta a Maria Luísa Trichet
Julho e agosto – A senhora Trichet ataca o ridículo hábito cinza. O bispo aprova seu uso.
Dezembro – Mandado embora de La Salpêtrière, vai para o Monte Valeriano, “no auge do inverno”. Provavelmente em 1703, redige Amor da Sabedoria.

1704
9 de março – Os pobres do hospital de Poitiers reclamam por Montfort.
Março – Volta para Poitiers.
Por volta de abril – É nomeado para a direção do hospital, com poderes mais amplos. Estabelece normas judiciosas e salutares.
28 de agosto – Escreve à sua mãe: “Desposei a Sabedoria e a Cruz”.

1705
Por volta de junho – Excluído do hospital, é nomeado diretor dos penitentes.
Julho e agosto – Restaura o antigo batistério de São João, em Poitiers. Missão de Montbernard. Encontro com o irmão Matuino Rangeart: o único irmão que ele recrutou durante a sua vida. Em breve ele parte de Poitiers.

1706
Janeiro – Missão de São Saturnino.

Roma e os primeiros passos do missionário.
Primavera – Peregrinação a Roma, via Loreto.
Por volta de 6 de julho – Audiência com o papa: Clemente XI confirma sua vocação e o designa missionário apostólico.
23 de agosto – Volta de Roma; começa sua jornada missionária na Bretanha. Maria Luísa fica só em Poitiers.
1º de novembro – Visita Montfort-la-Cane, sua cidade natal.
Fim do ano – Missões em Dinan, Sanit-Suliac, Bécherel.

1707
Primavera e verão – Entra para a comunidade de Leuduger, faz inúmeras missões com ele.
Agosto – Separa-se de Leuduger. Missões nas dioceses de Saint-Malo e Saint-Brieuc (primavera e verão), Montfort-la-Cane (julho), Moncontour (agosto).

1708
25 de março – Missões na região de Nantes: Valet, La Renauière, Landemont, La Chevrolière, Vertou, Saint-Fiacre. Maria Luísa é nomeada governanta, no lugar da irmã Teresa Bourdeau, falecida, a quem ela substituía desde 1707.

1709
Abril e maio – Missão em Pontchâteau, precedida e seguida de várias outras nas Penitentes e em Campbon (Quaresma).
Verão – Início das obras do Calvário.
23 de setembro – Morre o senhor Bastard, encarregado dos balanços do hospital de Poitiers. A partir de então, Maria Luísa assume formalmente a função que já exercia sob as ordens de Bastard.
Novembro – Missão em Missillac.

1710
Início do ano – Missões em Harbignac, Camoël, Saint-Donatien (maio e junho), Bouguenais (julho).
Agosto – Término do Calvário de Pontchâteau.
13 de setembro – O bispo proíbe a benção do Calvário. Montfort corre a Nantes na noite seguinte.
14 de setembro – Audiência com o bispo. Ele confirma a proibição. Informa a Montfort que o Calvário será destruído.
15 de setembro – Montfort passa por Pontchâteau, depois se refugia junto aos jesuítas.
Fins de setembro – Missão em Saint-Molf. Interdição do ministério. Retiro junto aos jesuítas.
10 de novembro – Entra para a Terceira Ordem dominicana.

Acolhida e fundação em La Rochelle
1711
Início do ano – Deixa Nantes. Quaresma. Missão em La Garnache
9 de maio – Encontra-se com Dom Lescure, bispo de La Rochelle. Enfim, insere-se definitiva e harmoniosamente na vida da Igreja.
Maio e agosto – Missões em Lhoumeau e La Rochelle, cidade e interior, prosseguindo em 1712.

1712
Junho – Missão em Saint-Christophe-du-Ligneron.
Julho – Missões em Sallertaine, La Garnache...
Outubro - ... e Thaité d’Aunis, em seguida, Saint-Vivien, Esnandes, Courçon. Provável redação do Tratado da verdadeira devoção a Maria.

1713
Início do ano – Redação das regras da Companhia de Maria
Primavera – Missões em Beugnon, Bressuire, Argenton-Château...
Maio e junho - ...La Séguinière.
Julho e agosto – Viagem de La Rochelle a Paris. Montfort vai ao seminário do Santo Espírito. Lê ao sucessor do fundador, Poullard des Places falecido em 1709, seu projeto de regra para os missionários, provavelmente depois de ter lido a oração exaltada. Faz o tratado da Aliança. Carta extraviada de Montfort a Maria Luísa Trichet: “Fique pronta para vir a La Rochelle”. Entretanto, ela é oficialmente nomeada ecônoma, cargo que exercia desde 1710.
Agosto e setembro – Missão em Mauzé.
Início de setembro – Em Poitiers, recebe ordens para abandonar a cidade em 24 horas.
Setembro – Gravemente doente, é tratado em La Rochelle.
Outubro e novembro – Doente, fica no hospital dos Irmãos da Caridade em La Rochelle.
Novembro – Não estando terminada a escola para meninos, pede a Maria Luísa que adie sua viagem.
Inverno – Missão em Courçon.

1714
Reorganiza as Escolas caritativas em La Rochelle.
Primavera – Missões nas dioceses de Saintes e, em seguida, em Roussay (maio).
Junho – Viagem a Nantes.
15 de agosto – Missão em Villedieu-les-Poêles (diocese de Avranches).
Setembro – Missão em Saint-Lô e retiro junto às Irmãs de Ernemont.
15 de setembro – Encontro com seu amigo João Batista Blain, em Rouen.
Outrubro – Retorno a Nantes. Viagens a Rennes.
Novembro – Retorno a La Rochelle.
Dezembro – Missões em Loiré, Lê Breuil-Magné, Ilha de Aix, Saint-Laurent-de-la-Prée, Fouras.

1715
Início do ano – Carta a Maria Luísa Trichet: “Parta para La Rochelle”.
Fevereiro – Vocação do padre Adriano Vatel.
23 de março – Escreve a Maria Luísa: “Parta o quanto antes”. Ela e Catarina Brunet deixam Poitiers.
28 de março (à noite) – Elas chegam a La Rochelle. Montfort já havia partido em missão em Taugon-La-Ronde.
4 de abril – Envia, a pedido delas, onze pareceres e instruções. Nomeia Maria Luísa Trichet “Superiora por no mínimo três anos”. Elas recebem suas capas.
15 de abril – Segunda-feira Santa: finalmente Maria Luíza e Catarina se encontram com Montfort em Petit-Plessis, perto de La Rochelle. Encontro frutífero.
Abril – Missão em Saint-Amandsur-Sèvre.
Início de maio – Maria Luísa abre uma escola gratuita para crianças pobres, na Rua dos Jesuítas.
Maio e junho – Missão em Mervent e retiro na gruta.
3 de agosto – Mosenhor hampflour aprova a regra da Sabedoria, apresentada por Montfort.
12 de agosto – Escreve a Maria Régnier (30 anos), “uma santa”, convidando-a para entrar para a comunidade da Sabedoria.
22 de agosto – Primeira profissão pública na Igreja das Religiosas da Providência: Maria Luísa Trichet e Catarina Brunet (Irmã da Concepção). Duas outras irmãs tomam o hábito.
Agosto e setembro – Missão em Fontenay-Le-Comte.
Setembro e outrubro – Retiro na gruta de Mervent. Vocação do padre Mulot, seu sucessor.
Outono – Missão em Vouvant.
31 de dezembro – Envia um livro e uma carta às Filhas da Sabedoria. Inúmeras missões neste ano, como também nos anteriores.

1716
12 de janeiro – Morre João Batista Grignion, pai de Luís Maria.
Janeiro – Montfort anuncia sua própria morte à senhora d’Oriou.
Fevereiro – Missão em Villiers-em-Plaine.
Março – Estada no presbitério de Saint-Pompain. Peregrinação de 33 penitentes brancos a Nossa Senhora de Ardilliers, em Saumur.
1º de abril – Chega a Saint-Laurent-sur-Sévre para uma missão.
4 de abril – Carta 33 à senhorita Dauvaise, superiora dos Incuráveis, em Nantes.
5 de abril – Abertura da missão de Saint-Laurent.
14 de abril – Última carta para Maria Luísa: “Não a esquecerei jamais desde que ame a minha querida Cruz”
22 de abril – Visita de Monsenhor Chamflour, bispo de La Rochelle, à missão de Saint-Laurent-sur-Sèvre.
28 de abril – Morre, por volta das 8 horas da manhã.

Acontecimentos póstumos
1759
28 de abril – Morre Maria Luísa de Jesus (Trichet), fundadora das Filhas da Sabedoria, que contava na época 35 estabelecimentos e 143 irmãs.
1888
22 de janeiro – Beatificação de Luís Maria Grignion de Montfort.

1947
20 de julho – Canonização, por Pio XII.

1993
16 de maio – Beatificação de Madre Maria Luísa Trichet, co-fundadora das Irmãs da Sabedoria.

domingo, 7 de março de 2010

Profissão Perpétua







O Irmão Angelo professou seus votos de Pobreza, Castidade, Obediência e Missionário, válidos até o fim de sua vida no Instituto Missionário Coração Imaculado de Maria Santuário de Fátima Comunidade Sacerdotal no dia 14/02/2010 às 19:30h numa Santa Missa celebrada pelo Exmo. e Revmo. Dom Paulo Mendes Peixoto bispo diocesando desta diocese de São José do Rio Preto no Santuário de Nossa Senhora de Fátima.

Profissão Religiosa Temporária









Os Irmãos André, Guilherme e Tiago professaram seus votos de Pobreza, Castidade, Obediência e Missionário, válidos por 3 anos no Instituto Missionário Coração Imaculado de Maria Santuário de Fátima Comunidade Sacerdotal no dia 14/02/2010 às 16:00h numa Santa Missa celebrada no Santuário de Nossa Senhora de Fátima em São José do Rio Preto - SP.

Admissão ao Noviciado







Fábio e Jair foram admitidos ao Noviciado do Instituto Missionário Coração Imaculado de Maria Santuário de Fátima Comunidade Sacerdotal no dia 14/02/2010 às 15:00h na Capela São Faustino e Jovita do Santuário de Nossa Senhora de Fátima em São José do Rio Preto - SP.

Retiro 13/02/2010 | Biografia da Irmã Imaculada Virdis | Colocada pelo Superior Geral Pe. Cesarino



1. O PORQUÊ DESTA BIOGRAFIA

Quem conhece a espiritualidade e a mística do Mons. Ângelo Angioni, sem dúvida se pergunta como foi possível chegar a estes níveis a mística e da ascética sem um estímulo particular que favorecesse essa espiritualidade. O segredo que alimentava esta chama de amor pode ser descoberto na espiritualidade de alguns santos como de Sta. Catarina de Sena, ou pelos conselhos que durante os colóquios a Ir. Imaculada Virdis transmitia ao seu Diretor Espiritual. Só assim podemos entender a mística deste sacerdote dedicado a cultivar e transmitir grandes ideais. A finalidade desta palestra é incentivar para uma vida de união com Deus e de serviço ao próximo. Mesmo se algumas passagens desta biografia vão deixar a pessoa maravilhada e duvidando daquilo que está ouvindo não se esqueça que o ideal e essencial são invisíveis.


2. BIOGRAFIA DA IRMÃ IMACULADA VIRDIS.

Na tarde do mês de Novembro de 1945 chegou na paróquia de Bono uma Irmã de Clausura, Ir. Imaculada. O pároco desta paróquia era o Mons. Ângelo Angioni que se surpreendeu quando teve que visitar esta Irmã que estava doente de uma doença contagiosa. Os médicos tinham a ela proposto duas soluções, ou permanecer sempre no hospital da cidade de Viterbo (Itália) ou voltar a viver com a sua família na cidade de Bono na Sardenha. A superiora do mosteiro de Sta. Rosa de Viterbo tinha escolhido como opção melhor pedir que ela voltasse na sua família. Ela continuava ser todavia sempre uma Clarissa sujeita em tudo à Madre Abadessa. Foi este o primeiro encontro entre Ir. Imaculada Virdis e Mons Ângelo Angioni.
A Ir. Imaculada Virdis tinha nascida em Bono no dia 24/07/1909. Nós do IMCIM recebemos a notícia de sua morte, em Bono também, no dia 22/10/2000. Ela tinha 91 anos de idade.
Nestes 91 anos de idade, ela ficou doente de tuberculose por 55 anos. Todo este período de doença foi vivido na cidade de Bono junto a sua família na Sardenha. Portanto de 1945 à 1951 o pároco de Bono visitava pessoalmente a Irmã enferma. De 1951 à 2000 Mons. Ângelo se relacionava com a Clarissa através de cartas e telefonemas.
Eis os traços biográficos da Ir. Imaculada Virdis. Ela passou sua infância e adolescência da cidade de Bono, filha de um casal de comerciantes da mesma cidade e com os seus 16 anos, ela pensava em realizar sua família casando com um jovem da mesma cidade.
Mas vamos deixar a própria irmã Imaculada contar a história de sua vocação.
Encontramos nos colóquios de Mons Ângelo o seguinte diálogo: Escreve Mons. Ângelo:” De repente me veio na cabeça o desejo de conhecer as coisas de Deus. Por isso não demorei a visitar novamente a irmã.
-Quando é que Jesus manifestou-se à senhora pela primeira vez?
Isso foi logo que rompi o noivado. Porque antes eu era noiva de um homem. Foi o meu pai que combinou este noivado. Minha mãe chorava. Eu já tinha quinze anos. O jovem era um comerciante. Assim ficamos noivos um ano inteiro. Era um jovem educadíssimo. Eu nunca o ouvi dizer uma palavra inconveniente. Nem ter uma atitude que não fosse correta. Ele carregava no pescoço a medalha milagrosa. Ele freqüentemente recebia a Comunhão.”
Um certo dia nós voltávamos do nosso passeio; o noivo me disse: Os meus negócios vão indo muito mal. Eu não vou mais conseguir ter a possibilidade dec casar com você. .
Sua firma tinha falido. Escute, me disse, eu vou-me fazer religioso e você vai ser freira.
- Não! – Respondi prontamente – Você vai onde você quiser. Eu vou ficar em casa com a minha mãe.
Naqueles anos - continua irmã Imaculada- para mim, minha mãe era tudo, eu gostava muito dela, queria a ela muito bem. O casamento planejado resolveu-se em nada e eu percebi uma grande alegria em mim como de um bem muito grande que se tinha, e que eu não tinha perdido. Mas eu não conseguia entender o que era. Provavelmente tinha que ser o bem da virgindade. Logo depois se manifestou Jesus.
-Mas como era Jesus? Era Jesus Adolescente? Tinha a sua idade? Tinha uns dezesseis anos?
_ Não! Era o Sagrado Coração!
-Era bonito?
-Bonito! Grande!
-Eu estava de manhã no quarto térreo. Eu estava arrumando os cabelos. Jesus se aproximou e me disse:
- Você me dá esses cabelos?
“ Sim! Imediatamente – e corri no quarto de cima para procurar uma tesoura.
- Eu interrompi dizendo: E deixou Jesus sozinho?
- Sim!
-E ninguém percebeu disso?
-Não!
-A senhora não disse nada a ninguém?
Não, eu achava que Jesus se manifestasse a todo jeito.
-Vê - eu pensava - quando uma alma se entrega totalmente a Jesus-Jesus manifesta-se a ela nesta maneira... Por isso, quando voltou com as tesouras
- Não - me disse Jesus - não agora. Você vai me doar os seus cabelos mais tarde. Você terá que tornar freira.
Daquele momento em diante nós sempre temos permanecido juntos.
- Mas o que Jesus lhes falava?
_ Ele me ensinava muitas coisas. A primeira coisa foi a mortificação dos sentidos, de todos os sentidos . Ele me ensinou a mortificação da vista: “Procura caminhar com os olhos baixos . Começa a contar até dez; agora conte até vinte. Eu voltava para casa e não tinha visto nada. Ele ficava sempre ao meu lado. Também, depois que me tinha tornado freira das Mínimas do Sagrado Coração e tinha obrigação de ir à cidade Jesus caminhava a meu lado pelas ruas.
_ Quer dizer que a primeira coisa que Jesus lhe ensinou foi a mortificação dos olhos?”
- Sim! Em seguida a mortificação de todos os sentidos e o amor ao sofrimento. Quando estamos com Jesus os sofrimentos não se percebem. Existem sim mas é um gozo contínuo.
Depois de um certo tempo eu pergunto a queima rroupa:
-Me fale a verdade Irmã Imaculada, com Jesus você também namorava, não é verdade!
A irmã fica rindo por alguns minutos.
-Mas não como o amor humano, sabe, não, não.
-Mas, então, como ele é?
-È sobrenatural!

A irmã Imaculada foi destinada a trabalhar em um hospital e enfim transferida em um asilo de velhinhos
Ela assim escreve:
- Dez anos fiquei com as Mínimas. trabalhando assim.
Dez anos fiquei na clausura de Santa Rosa junto com as clarissas.
Nestes últimos dois anos, fiquei aqui, em família.

Continua contando Mons Ângelo no seu diário:
Diante de irmã Imaculada percebe-se de ficar diante um nada. Há pessoas que tem atitudes místicas e estão cheias de insinuações. Na irmã Imaculada não há nada disso. Porém é uma pessoa perfeita. Nem sei com certeza quantos anos ela tinha. Talvez trinta e oito. Mas olhando o rosto eu daria dezessete ou dezoito anos. Só que a sua saúde é muito fraca, a tuberculose está acabando com seus dois pulmões.. No meio de muitas pessoas nem se nota a sua presença. Ela participa das conversas. Se ela participa é alegre, risonha, extrovertida, simples como uma criança. Nunca fala dos seus segredos, das suas coisas íntimas relacionadas a Jesus. Ela nunca falou nada, até quando não encontrou o diretor espiritual designado pelo próprio Jesus..


3. ESPIRITUALIDADE DA IRMÃ IMACULADA VIRDIS.

Podemos ver na vida da Irmã Imaculada os traços da espiritualidade franciscana:

a) Seu amor para com a Eucaristia.

Ela desejava todo dia receber Jesus na Eucaristia. Muita vezes se esforçava de maneira heróica de ir ela até aa Igreja Matriz de Bono, apesar do frio e de sua doença.

b) O amor aos Sacerdotes.

Perguntou a ela o Mons Ângelo:
- Escute – disse - eu estou trabalhando sobre um estudo de política. É uma tentativa de fazer novamente entrar Deus na política. Fale aos Senhor que se ele não estiver de acordo , estou disposto a jogar no fogo tudo aquilo que eu escrevi..
_ Quando o Senhor vier eu vou pedir seu parecer sobre isso.
-Pergunte também isso: se ele está contente do PLANO MISSIONÁRIO que nós temos em mente!
A irmã prometeu de pedir também isso.
A resposta não demorou muito a aparecer.
A irmã me mandou chamar no dia 2 de março de 1947 . Eu lembro muito bem o dia que anotei no meu caderno.
-O Senhor está contente com o estudo político.
- Quanto ao PLANO MISSIONÁRIO está contente e abençoa com a condição que não se deixe desanimar pela oposição especialmente por parte do clero.
Na página 16 do volume V-A encontramos estas palavras de Mons Ângelo falando com a Irmã Imaculada:
- Eu acalento em um grande Plano Missionário: “Para cada diocese uma missão”.
Pode imaginar quanta ajuda eu estou precisando?
Eis a resposta da Irmã Imaculada:
- eu vou ajudar o senhor do mesmo modo, mesmo estando no monastério de Santa Rosa.
- Mesmo irá me ajudar ficando no convento?
_Sim!
-Mesmo do Paraíso!
-Sim!
A Senhora vai-me prometer isso?
-Sim!
- Se for assim não me interessa que volte para o convento mesmo agora.

c) Amor ao Cristo Crucificado.

Mons. Ângelo pergunta à Irmã Imaculada:
- Quer dizer qual foi a primeira coisa que Jesus lhe ensinou?
-Foi a mortificação dos olhos.
- E, em seguida?
- Em seguida a mortificação de todos os sentidos e o amor ao sofrimento. Eu gostava do perfume do.... Jesus não deixou mais que eu o cheirasse. Nos nossos campos havia um pedaço de terra plantado de alcachofra. Depois de ter feito a colheita só permaneciam árvores cheias de espinheiros. Depois do almoço quando as minhas irmãs estavam descansando, Jesus queria que eu caminhasse sobre aqueles espinheiros.
-Era muito dolorido?
Oh! Havia Jesus presente. Quando estamos juntos com Jesus os sofrimentos não se percebem. Existem sim, mas é um gozo contínuo.
-Coisa estranha!
- Mas sabe o que é? È que Jesus infunde um desejo ardente de sofrimento. Não se pode ficar sem sofrer. Naqueles momentos se uma pessoa se enfiasse no corpo uma faca, nem com isso ficaria satisfeita.
- O que falava. com Jesus?
-Da salvação das almas. Sim, ele queria as almas, mas sempre batia na tecla do sacrifício e da mortificação. De fato, para salvar as almas, não tem outro caminho que aquele do sacrifício.
- Me fale a verdade, Irmã Imaculada, com Jesus você também, namorava?
A irmã ficou rindo por alguns minutos.
- Mas não é como namoro humano, sabe.
- Então como é?
-È sobrenatural!. Jesus é ciumento. Ele quer a mortificação do coração. .
- Ma senhora me disse, que também Jesus é vivo no coração e da uns beijos!
- Mas o beijo de Jesus é uma coisa de.....Oh ! Não sei me expressar. não é possível se expressar. Eu também permanecia maravilhada como Jesus se humilha até se tornar um mendigo do nosso amor! Coll - 2 pag. 20 – Vol 5-A )


4. MEUS ENCONTROS COM IR. IMACULADA VIRDIS EM 1972, 1998, 1999.

Encontrei Irmã Imaculada, pela primeira vez no mês de Julho de 1972. Na mesma oportunidade encontrei o Bispo de Ozieri Mons Cogoni , as irmãs Filipinas, os pais de Pe. Mario Cherchi, do Padre Gavino e do Padre Nino Carta.
Um padre do Seminário de Ozieri me levou de carro até Bono. Era o Padre Pinna que meses depois deixou o sacerdócio. Durante a viagem atravessando paisagens maravilhosas e parecidas com fotografias da lua enviadas pelos astronautas à terra. Lagoas ressequidas, rvores petrificadas, rochedos com aspectos de cara de pessoas, passagens entre montanhas que o vento tornava perigosas pela sua violência, chegamos a Bono. Durante a viagem eu falava com o meu motorista de Irmã Imaculada. Ele nada sabia de tudo isso que falei, nem sabia nada dela. A irmã não estava na sua casa na cidade. Cidade situada nas encostas do Monte cujo nome é Santo Padre.
Tendo o endereço da Irmã foi perto da sua residência. Veio o Padre Virdis, parente da Irmã a me receber e me explicou o caminho para encontrar a residência de verão dela. Andamos por horas no meio da floresta sem encontrar casa nenhuma. A estrada era tão difícil que o carro quase capotava morro abaixo. Pedi a meu motorista de brecar. Eu teria procurado a tal residência de a pé. Assim foi. Em um buraco de um vulcão apagado há milênios, havia uma casa do século 12. Só podia-se ver a residência de perto, tantas eram as árvores em volta. A Irmã veio me receber. Me ofereceu o almoço . Me disse coisas estranhas que eu não entendi Entreguei a encomenda de Mons Ângelo e foi embora. Faltavam duas horas para o meu avião sair da ilha Sardenha. Para complicar a situação veio a faltar o combustível do carro. Ainda bem que um padre nos emprestou sua condução. Um temporal sobre a França fez desviar o avião para outra cidade, a cidade de Bolonha.
A segunda e terceira vez que encontrei irmã Imaculada eu estava acompanhado pelo Mos Ângelo. A viagem e acolhida foram diferentes. Eu sou era o secretário dele. E todas mordomias dele eram minhas também.


5. CONCLUSÕES

Para conseguir entender as mensagens desta mística de acordo com o manual Compêndio de Ascética e Mística escrito pelo teólogo Tanquerey na página 916 é preciso, que a pessoa que se apresenta com esta fenomenologia extraordinária possua estas condições:
a) mortificação das paixões;
b) prática das virtudes;
c) tomar em consideração a seguinte afirmação:” quem quer se fazer anjo, acaba sendo um animal”.

É preciso também saber que os fenômenos extraordinários que se realizam na vida mística:
a) não são necessários para alcançar a perfeição;
b) as vezes estes fenômenos tornam-se uma distração para a vida de perfeição;
c) este fenômenos precisam ser analisados a fim de não prejudicar, mas purificar a fé eliminando toda curiosidade;
d) São João da Cruz alerta dizendo que este fenômenos místicos podem ser fonte de ilusões;
e) é preciso que a pessoa seja muito humilde e seja submetida à vontade de Deus.

O mesmo autor na página 917 do seu Compêndio fala que é preciso ter regras para isto.
1ª- Que a pessoa não estérica, mas de bom senso.
2ª- Que as mensagens místicas estejam de acordo com a fé da Igreja.
3ª- Que estes fenômenos não causem perturbações na vida da pessoa que os experimenta.


6. BIBLIOGRAFIA

TANQUEREY. Compêndio de Ascética e Mística.(nº 1473-1503). Ed. Desclèe. Roma – Tournai Paris

Catecismo da Igreja Católica. (Prólogo Pág 10). Ed. Loyola.

Escritos de Monsenhor Ângelo Angioni. Escritos Espirituais e Sermões Vol. 5A